quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Nacionalismo Estrangeiro

Incrível como o povo brasileiro tem a tendência de olhar para produtos estrangeiros com ar de "moderno", estiloso, a moda. Acordamos imaginando: "Ah, como eu queria ter nascido em um país de primeiro mundo." Vamos ao shopping comer no McDonald's, tomar coca-cola, assistir a filmes como Independence Day, comprar shorts e jeans. E assim, vem o a ideia: "Mas esse Brasil é uma desgraça mesmo! Olha só como são as coisas do primeiro mundo!"

Parabéns aos que se indentificam... vocês criaram um novo tipo de posicionamento: o de nacionalista estrangeiro. Supervalorizam o que vem de fora e desprezam o que é nosso. Aliás, essa é a moda do momento. "I speak English because it's fashion!" Pobres coitados...

Sinto dizer-lhes, mas esse "novo posicionamento" é ridículo! Nosso país é enorme, fértil e localiza-se numa área geopoliticamente formidável. Temos desde temperaturas extremas a terras frias (passíveis de neve). Não há natureza no mundo que supere a nossa diversidade e capacidade de produção. A miscigenação étnica e cultural é uma das maiores do mundo, se não a maior! Não há um turista de primeiro mundo que não fique com dor de cotovelo ao visitar locais como os Lençóis Maranhenses, a Amazônia, o arquipélago Fernando de Noronha, e cidades históricas como o Rio de Janeiro e Salvador. Além disso, temos recursos minerais aos milhares. Estamos com créditos externos onde tempos atrás haviam dívidas extremas! Sem contar a extensão territorial de nossa nação, que é de dar inveja a qualquer um.

Falando assim, poderia surgir a pergunta: "Mas por que ficamos tão atrás de outros países de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano?" A resposta é simples: o povo. Não que este não tenha capacidade de sustentar um desenvolvimento. O problema é a acomodação. Botamos a culpa em fatos históricos, como a colonização de Portugal, vemos a todos os dias políticos como Sarney, Lula e Collor mudando de opinião, até mesmo de ideologia, além de desvios públicos extraordinários, sem abrir a boca para protestar, pagamos um absurdo de impostos e assistimos a atrocidades de violência sem pronunciar uma única palavra!

Não que o que venha do estrangeiro seja ruim; muito pelo contrário, há produtos de ótima qualdidade e cujos fabricantes são sérios e competentes. Mas nós também podemos chegar a tal patamar! Tudo bem que existem os subsídios, que, para quem não sabe, são financiamentos de governos para atividades econômicas, os quais não são autorizados em nosso país. Realmente, é uma injustiça. Mas novamente: não devemos nos acomodar! Somos fortes e temos capacidade de tornar este país uma potência! Diga-me, qual outro país possui uma língua tão rica quanto a nossa? Isso inclui as incorporações estrangeiras, é óbvio, e é isso que a faz tão bonita e diversa. Como Oswald de Andrade pregava, devemos "comer" e "digerir" aquilo que vem de fora, dando um passo a frente no desenvolvimento. Ah, e para quem idolatra o inglês, imagine que monótono seria pronunciar palavras como shopping e jeans com a maior naturalidade. Não haveria a difrença de pronúncia que amplia nosso leque fonético. Além disso, não teríamos como sentir saudades.

Quem sabe se, conscientizando a população do seu potencial, mais para o futuro poderemos ir aos outros países comer alimentos da Brasil Foods, abastecer o carro na Petrobrás, ir ao mercado Pão-de-Açúcar ou então ligar de um orelhão da Brasil Telcom?

domingo, 2 de agosto de 2009

A Lógica da Educação

A palavra "educação" corresponde a perpetuação da cultura ao longo das gerações de qualquer sociedade, envolvendo conhecimentos, costumes e o que demais envolve a sociedade em que um indivíduo vive. Em geral, tal conceito é transmitido pelas escolas, num processo conhecido como "Educação Escolar".

Desde jovens, o comum é que as pessoas aprendam quais são os conhecimenos básicos que elas precisam para socializarem-se, além de tomar conhecimento da cultura que as engloba até o ponto cronológico em que se encontram. Para tal, é lógico, é necessário aplicação por parte do indivíduo, aplicando-se aos seus estudos, inevitavelmente envolvendo os temidos "decorebas", uma vez que o processo de aprendizagem abrange áreas voltadas ao conhecimentos científicos, humanos e exatos básicos. Não há como fazer com que a cultura não se perca no tempo se não a passarmos a diante.

Pois bem, nosso ministro da educação, Fernando Haddad, defende que muitos dos conhecimentos que adquirimos são inúteis, e que não devemos nos apegar aos meros "decorebas". O correto seria valorizar a inteligência, a capacidade de raciocínio do indivíduo. Muito bem, posição inteligentíssima! A partir de agora, vamos todos ter aulas de raciocínio, de como sermos inteligentes! Legal, não é? Este é o primeiro país em que não precisaremos saber que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa! Não mesmo, pois ele, o ministro da EDUCAÇÃO, desconhece o assunto... é até compreensível que alguns que não tenham acesso a tal conhecimento matemático esqueçam-no, mas mesmo assim, é inadmissível que alguém desconheça o que ele representa! Ah, e uma dúvida: o raciocínio não depende do ato de decorar, então? Por exemplo, imagine-se numa prova de história, em que o contexto político-social encontra-se no século XVIII, no ano de 1789, ano da Revolução Francesa. Muito bem, agora responda a esta questão: Qual foi o propósito de os revoltosos tomarem a Bastilha?? Vamos, raciocine! Use a lógica e me diga a resposta! Creio que alguns entendem onde quero chegar... é impossível raciocinar com precisão a respeito de um tema desconhecido.

Nosso ministro quer instituir um tipo de exame no Brasil que valorize a lógica do aluno, o que é plausível. Mas creio que devem faltar-lhe informações; primeiro, as avaliações atual exigem do aluno sua lógica e raciocínio, pois para que ele trace seu caminho é necessário pensar sobre o tema por ele previamente já estudado, segundo, a lógica é importante sim, mas e que dizer das pessoas com mais dificuldade para aprender? Muitas vezes, esforçam-se muito além do que é comum aos outros, porém por banais questões de dificuldade não obtêm o retorno que mereciam. A estas o Ministério manda um bom "que se fo...", pois com tal ideologia nova, acaba por deixá-las de lado.

Mas de repente aparece Haddad novamente, e a criatura anuncia que está tomando decisões com o objetivo de tornar a educação brasileira como a dos estadounidenses (acreditem se quiserem, mas com a atual e pífia mudança ortográfica, "estadounidenses" se escreve assim). Pois bem, gostaria de deixar algo bem claro: estamos no Brasil!! Antes de mudarmos, precisamos chegar a um patamar aceitável!! As condições por aqui para que modifiquemos nosso sistema são precárias! Para se ter uma noção, a prova do ENEM, que é ridicularizada por muitos devido à sua facilidade, obteve média nacional de 41, em escala de 0 a 100. É um absurdo... e é notável a necessidade de melhorar as condições de educação antes de querermos igualar o seu processo ao que está instaurado em países mais ricos.

Um evento, diás atrás, surpreendeu-me. Com o pandemônio que se instaurou com a Gripe A, o ministro da saúde José Gomes Temporão tem aparecido frequentemente nos meios de comunicação, para anunciar medidas e alertar o povo sobre o que está acontecendo. A Nova Gripe, alguns dias mais tarde, obrigou escolas de várias cidades a paralisarem suas atividades por um tempo, como é o caso da minha. Resultado: os cinemas em algumas dessas cidades faturaram absurdamente! Mas calma, o fato que veio a me surpreender ainda está por vir. Assim, indignado com o contexto que me inseria, não sei se agindo bem ou mal, escrevi, no MSN (para os que não conhecem, é um sistema de mensagens instantâneas via internet) a seguinte frase: "Muito bem Temporão, os cinemas nunca faturaram tanto!". Não tardou e um amigo meu, que está cursando o 1º Ano do Ensino Médio, veio perguntar-me se Temporão tratata-se de um filme... fiquei incrédulo, achei insólito que alguém a tal ponto do curso e em meio a um caos como o do H1N1 não soubesse que tratava-se do ministro da saúde. Porém, ao refletir um pouco, lembrei-me de que anos mais cedo, eu também não o saberia... somos culpados? Ou será que a educação no Brasil é precária e não está fornecendo aquilo que um cidadão precisa para ser decentemente formado como tal?

Parece-me que a perpetuação da cultura ao longo das gerações não está funcionando como deveria em nosso país... isto é algo sobre o qual, como diria nosso mestre da educação, deveríamos pensar.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Circo da Petrobrás

Recentemente a Petrobrás está sendo investigada por apresentar pagamento de royalties de maneira ilegal, fato que vem sendo acompanhado pela mídia há algum tempo. Coincidentemente, Victor Martins, diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), é sócio da empresa que determina os royalties concedidos pela Petrobrás. Ou seja, o que se supõe é que o pagamento está sendo feito além do pré-estabelecido, fornecendo assim dinheiro "por baixo do pano" para as prefeituras de onde os royalties são cobrados.

Após muitas discussões, consentiu-se em criar uma CPI para investigar a situação. Nossa como são bonzinhos, não? O problema são os responsáveis pela CPI, aqueles mesmos dos circos que vimos assistindo nos últimos tempos. O principal encarregado de conduzir o processo é o conhecido Renan Calheiros, que renunciou quando da acusão de compra de laranjas no MT. Outros fazem parte da brincadeira, como o senador João Pedro, do PT, que sugeriu começar as investigações a partir do acidente da plataforma P-36 e dos gestores do governo FHC.

E assim vem procedendo o governo Lula, dia após dia mostrando sua eficiente competência (em fazer coisas erradas). O circo que está sendo armado (chamado de "CPI do CQC" pela revista Veja) é mais um exemplo de que a seriedade está longede ser alcançada na política brasileira, com nomes que vivem a reaparecer na sociedade e seguidamente estão cometendo irregularidades absurdas com o dinheiro público. Seria muito engraçado, não fosse a dor sentida no nosso bolso...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Àqueles que se dizem justos

Tenho acompanhado nas últimas semanas dois sites de divulgação de notícias, um referente à revista Times, dos EUA, e outro ao jornal O Estadão, de S. Paulo. Algo chamou-me muito a atenção: indivíduos de diferentes culturas e nacionalidades, alegando o direito dos norte-coreanos de lançar bombas atômicas do mesmo modo que a potência americana fez anos atrás, têm criticado o governo norte americano e a ONU devido à sua postura perante a Coreia do Norte.

Pois bem, estão certos em criticar o absurdo cometido pelos Estados Unidos ao explodir insanamente duas bombas atômicas, em Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Grande Guerra, uma vez que os japoneses já não haviam mais chances claras de um contra-ataque e estavam praticamente rendidos. Foi algo extremamente condenável e que deveria ter repercurssões maiores, como sanções e restrições ao país.

Porém, o que os críticos não percebem é que uma ação não justifica a outra, e portanto é errado pensar que, devido às atrocidades cometidas no passado, outras nações e governos possam fazer o mesmo.

Felizmente, nossa sociedade ainda sabe prezar pelo bom-senso em prol do bem humanitário geral, sendo racionalmente movida pela ideia de não defender sob hipótese alguma as decisões insanas e irracionais que vêm sido tomadas pelo governo de Pyongyang.

Para aqueles que defendem a Coreia do Norte e dizem ser ela corajosa por peitar a maior potência militar do mundo, digo apenas isso: esses só irão acordar no dia em que olharem para cima e virem um cogumelo colossal de fumaça, acordando dias depois numa cama de hospital recebendo notícias de inúmeros familiares e amigos cruelmente aniquilados pelo ataque de um certo governo que por certo tempo haviam defendido...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Farras e mais farras...

Enquanto nos esforçamos para viver bem e trabalhamos compulsoriamente dia após dia, lá estão eles, a passear de avião com o nosso dinheiro, a roubar-nos descaradamente através de caixas-dois, a aumentar cada dia o próprio salário, fingindo estarem fazendo algo.

Isso tudo sem contar os impostos... ah, os impostos, já não temos como contar quantos são! Recentemente tivemos uma promoção "gentilmente" concedida pelos postos de abastecimento por todo o país, o que nos mostrou a quantia cobrada sobre tais produtos, que é de quase 100%. Não é necessário observar que tal montante é um absurdo...

Mas não é só: há aqueles que faturam através de babás, assessores fantasmas e até mesmo cortes nos serviços públicos! Sem contar as grandes quantias recebidas ilegalmente por empreiteiras e inúmeras instituições das quais a "opinião pública" (que nosso caro Sérgio Moraes, do PTB, fez questão de demonstrar o quanto importante ela é) acaba por ficar alienada.

Como se não bastasse, políticos como Sarney e Fernando Collor - o mesmo que sofreu impeachment devido a um esquema de corrupção descarado, declarado pelo próprio irmão! - continuarem atuando no ambiente político, recebendo vezes muitos votos do povo!

Mas a questão é: serão eles os únicos culpados? Basta irmos às ruas e pedirmos novos rumos, denunciarmos a corrupção? Somos um povo tão correto e desenvolvido para julgar nossos governantes e exigirmos mudanças drásticas?

Eu realmente gostaria que a resposta fosse sim... mas infelizmente a população deste país ainda é muito imatura: jovens consideram bebidas e drogas mais importantes que o estudo, muitos deles tendo filhos precocemente, a sociedade vive num mundo de "cão e gato", onde todos tentam passar por cima de todos, e a alienação de muitos indivíduos que encontram-se em situação de miséria acaba por determiná-los violentos e muitas vezes assassinos...

Além disso, aqueles que colocam os políticos lá dentro somos nós! Se há algum culpado pela nossa atual situação de farras e pífios absurdos, esse culpado é o povo!

Nossa sociedade está totalmente corrompida, em meio à violência, falta de educação adequada, ganância, e culpamos nossos representantes por tudo que ocorre de errado. Deveríamos parar um pouco e pensar antes de julgar os outros e olhar mais para nosso próprio umbigo.

Quem sabe um país mais agradável e honesto não surja a partir daí?